Álbum de Família (1996)
Sinopse
“Álbum de Família”, criação da Oficina de Experimentação e Pesquisa Cênica, traz à cena o “Teatro desagradável” de Nélson Rodrigues, é explosão das paixões humanas e dos complexos pessoais e coletivos latentes no inconsciente e expostos em público na forma de espetáculo. A espinha deste teatro são os opostos intercomplementres: ódio – amor, realidade, – ilusão, morte – vida, hipocrisia, autenticidade, profano – sagrado, demência – sanidade, coletivo, individual, etc. Num plano mais profundo, essa mesma composição e trama de ações desagradáveis possuem como matriz o mundo mágico-mítico dos complexos. O real e o mítico s sobrepõem. É a aventura do homem enquanto espécie. Enquanto civilização em estado de degeneração. Em “Álbum de Família”, os tipos de complexos são elaborados magistralmente no interior da composição e trama das ações. Escandalizam os atos inconfessáveis, mórbidos, obscenos e desumanos. Revoltam o desvelamento público dos sonhos da carne e da mente duma família patriarcal em plena decadência física, psíquica e moral. Religam o homem atual ao homem arcaico de civilizações pré-modernas, supurando complexos coletivos e pessoais. Não se trata de uma volta às cavernas. Mas dum mergulho no inconsciente selvagem. No espaço de liberdade da atuação, o culto se revela, o dentro explode. Para além do controle social.
Ficha Técnica
Autor: Nelson Rodrigues
Coordenação: Arlete Cunha e Kike Barbosa
Direção, cenografia e figurino: criação coletiva
Iluminação: Edgardo Sandoval e Paulo Ferreira
Contra-regras: Arlete Cunha e Kike Barbosa
Contra-regras em substituição: Hugo Varella, Joana do Carmo e Sandra Possani
Elenco: Aline Bechi, Cassemiro Vasconcelos, Goreth Albuquerque, Humberto Pinheiro, João Lima, Mateus Spielman, Nilsson Asp e Tânia Farias
Intérpretes em substituição: Edgardo Sandoval, Salvador Gutterres e Thayse Quadros
Estréia: 12 de janeiro de 1996.
Local: Terreira da Tribo.