Ananke, A Luta Pela Vida (1980)
Sinopse
Em ´Ananke, A Luta Pela Vida´ estão presentes as relações de submissão e rebeldia dos homens com as instituições sociais. A família é apresentada como a síntese de um Estado arcaico e castrador. A crise vivida por Ananke expõe os conflitos do ser humano diante de valores como o poder, o trabalho, o dinheiro, o sexo e a educação. Para contar essa história , criada coletivamente a partir de improvisações, o Ói Nóis Aqui Traveiz montou no palco do teatro uma estrutura de dois andares, aberta (de modo que o público pudesse ver o seu interior), para ser a casa do Supremo (pai da família, senhor dos bens e costumes). Fora da casa sobrevivem os desregrados, os miseráveis, as prostitutas e os loucos. O coro de marginais simboliza a revolução. ´A mudança é tentada por aqueles que não se submetem às regras ditadas pela Casa´. Desde o início da peça, o espectador era levado a optar por um dos lados, pois, até o final, deveria estar pronto para tomar uma posição. Por sua revolta, Ananke é mantida presa no quarto e, quando menos espera, recebe a visita da Mulher da Rua, a líder dos Sem Nada. Ao ser descoberta pela família, a intrusa é barbaramente torturada, o que provoca a ira dos miseráveis, que avançam, decididos a acabar com aquela estrutura de poder. O confronto que se estabelece entre os donos da casa e os excluídos abre caminho para a libertação de Ananke. Esse desfecho dependia incondicionalmente da participação do público, que nesse momento, deveria agir, libertando a moça ou defendendo a Casa.
Ficha Técnica
Texto, direção, cenografia e figurino: criação coletiva.
Iluminação: Roberto Torres.
Elenco: Eleonora Rosa, Helena Alves de Almeida, Horácio Borges, Jaqueline Rosa, João Henrique Castilhos, João Batista, José Weiss, Jussemar Weiss, Laércio Circo, Paulo Flores e Rossana Rosa.
Estréia: 18 de dezembro de 1980.
Local: Teatro Presidente.